A beleza caótica de Nova York

Me lembro até hoje da primeira vez que coloquei meus pés em Nova York: a tão sonhada cidade que nunca dorme.  Sonhei a minha vida inteira com aquele lugar.  Cheguei no meio do trânsito caótico, pessoas andando com pressa e muita informação para todo lado. Nós sabemos que é uma das maiores cidades do mundo, mas só temos completa noção disso quando pisamos lá. Nos sentimos pequenos, com olhos curiosos em meio a tantos prédios.  Desembarquei em New York no frio de Janeiro, nunca tinha sentido tamanho frio antes, lembro que a água da famosa fonte do Bryant Park estava congelada por conta de um frio tão intenso. Nem por isso deixei de me encantar naquela noite.

New York tem mesmo o poder de te fazer se sentir num filme com seus táxis amarelos.

Time Square com certeza é uma chuva de informação, telões que piscam e prendem seus olhos com todas as luzes e cores. Artistas de rua vendendo desenhos e quadros, pessoas fantasiadas de personagens, um colorido e iluminado formigueiro.

 

Depois de passar meu primeiro dia como turista em New York, eu tive a chance de morar por um ano. Eu morava em New Jersey, estado vizinho de Nova York, às vezes eu ia de ônibus e meu desembarque era no Port Authority, terminal em frente ao famoso prédio do The New York Times. Perdi as contas de quantas vezes eu abri a porta do terminal e me deparava com o majestoso The New York Times. Se eu fechar os olhos, ainda me lembro da sensação.  Abria a porta em silêncio,  e ali estava o prédio, cercado de táxis amarelos, eu lia cada letra admirada, e logo as buzinas invadiam meu ouvido,  era tomada pela correria das pessoas apressadas, sejam turistas, sejam moradores.  Mas só uma palavra: multidão.

Um carrinho de pretzel e cachorro quente a cada esquina, e te digo, você sente o cheiro de longe, mas sinceramente eu nunca tive coragem de comer um.

Ninguém te conta que na mágica NYC  também tem ratos no metrô, lixo pelas ruas, moradores de rua aos arredores da Times Square. Tem obra a cada esquina, trazendo barulho e fumaça de obra. New Yorkers  não são as pessoas mais receptivas e simpáticas do mundo, eles não gostam muito de turistas. Mas você se acostuma. Um caso de amor e ódio.

Eu como musicista, amo o fato de que em toda estação de metrô, tem músicos mostrando seu trabalho e trazendo vida às estações subterrâneas. Tantos músicos incríveis escondidos nos metrôs de Nova York.

Andar no Central Park é como entrar num filme de comédia romântica ou um filme de natal.

New York City em época de natal é a coisa mais mágica que eu já vi. Pode dizer que tem muito turista, que não da pra andar direito, tem mesmo. NY consegue ser ainda muito mais lotada que o resto do ano, mas mesmo assim é mágico.

Luzes de Natal por toda a cidade, decorações gigantes, corais pelas praças e parques da cidade cantando músicas natalinas, feiras de natal, cheiro de chocolate quente, pistas de patinação no gelo. As famosas árvores gigantescas como a do Rockfeller Center e Bryant Park.  Se você tiver sorte, ainda assiste a neve caindo.

Nunca tinha visto Nova York vazia, ou ao menos com poucas pessoas. De segunda a segunda você se deparava com multidão.

Até o corona vírus chegar. Foi a primeira vez que vi Nova York vazia. Apagada. Sem vida. Silêncio.

Lembro que senti uma tristeza muito grande ao ver a cidade dos meus sonhos assim. E sinceramente,  talvez ali eu tenha sentido o peso real da pandemia. Como se eu sentisse que agora era real. A cidade que nunca dorme, dormiu. Silenciou.

Agora, depois de meses, a cidade está avançando no processo de não precisar mais de confinamento, a vida está voltando, depois desse período sombrio. Um dia a vida e as cores vão voltar pra cidade que nunca dorme e tudo voltará ao normal.

Acho que o que eu mais amo em Nova York é o fato de você poder ser quem quiser: cabelo colorido, roupa chamativa, e ter opção pra todo bolso, de restaurante chique a pizza de U$1 dólar. New York É caótica, mas tem o caos mais mágico que Já vi. Eu poderia ficar horas olhando os prédios iluminados da skyline de NY, meu coração É só saudade e voltaria sempre que ela me chamasse.

Publicar comentário