Mariana de Moraes reflete: “Nós, mulheres, ainda precisamos nos fazer ouvir como empreendedoras”

 

A influenciadora e designer de moda Mariana de Moraes tem mais uma novidade em sua carreira. Como empreendedora, ela lança sua marca exclusiva de calçados, a MONOÁ. Ela conta como surgiu a vontade de criar esse projeto:

“Há muito tempo eu tinha essa vontade de ter uma marca, de lançar algo com as minhas ideias, mas eu acabei me envolvendo muito com publicidade, trabalhei em agência por anos. Depois, com o Instagram, comecei a me dedicar mais a ele e surgiu essa profissão de digital influencer. Conforme as coisas foram acontecendo, não tive como dar conta de tudo e, então, precisei priorizar alguns sonhos.”

O cenário da pandemia mudou um pouco a rotina da influenciadora, que passou mais tempo em casa nos últimos meses. Com isso, conseguiu parar para desenhar as peças, desenvolver ideias e tirar a MONOÁ do papel. O casamento com o empresário Eduardo Dagios Neto, marcado para 2021, também fez Mariana refletir sobre as transformações que a vida propõe. Para ela, a criação da marca faz parte desse momento de mudança.

“A marca nasceu em um momento de bastante reflexão. Por isso, a primeira coleção se chama Marés, porque a gente tem momentos, assim como a maré, de ir e voltar, o que trouxe novas possibilidades para minha vida e também novos campos de atuação”, ela conta.

Com uma seleção que inclui scarpin, rasteirinhas, sandálias de plataforma, sandálias de amarração e papetes, MONOÁ tem em seu DNA a veia do empreendedorismo feminino. Mariana de Moraes defende que as mulheres estão avançando a passos largos nesse meio profissional, mas que ainda existem barreiras a serem superadas.

“A gente já vê grandes avanços, porém ainda existem alguns ambientes e situações mais corporativas em que ainda há um estranhamento ao ver uma mulher à frente. Muitas vezes, precisamos ser muito firmes, mais até do que seríamos normalmente, para nos fazer ouvir como empreendedoras”, destaca.

Mariana aponta que a área da moda é bastante receptiva para as mulheres que desejam empreender. “Fui muito agraciada pela área que eu escolhi para empreender, porque a diversidade que envolve a moda faz com que os profissionais desse mercado sejam mais abertos para isso”, ressalta. Mesmo assim, há momentos específicos em que ela precisa se impor como empresária.

“Quando tenho uma reunião de fechamento, quando entramos na parte de planilha, de organização, com certeza temos que dar umas batidas na mesa pra nos impormos”, brinca a designer de moda.

Como todo começo de empresa, ela e seus três sócios ainda estão testando o que funciona ou não para as consumidoras: “Os produtos foram pensados para as meninas que me seguem e suas necessidades. Tenho uma gratidão muito grande pelas minhas seguidoras, porque, se eu não tivesse construído essa comunidade, eu não teria a chance de realizar meu sonho.”

No empreendedorismo, uma de suas inspirações é Nati Vozza, cuja marca foi vendida para o Grupo Soma (Animale, Farm, Maria Filó, entre outros) por mais de 200 milhões de reais em outubro deste ano. “São números muito expressivos, que trazem toda a força do digital, onde a Nati começou, e é nisso em que eu acredito. Saí de um trabalho na publicidade na CLT para empreender no digital e cases de sucesso como esse me estimulam.”

A influenciadora garante que comandar uma empresa não é fácil, mas que, trabalhar com paixão pelo que faz, torna tudo mais prazeroso e recompensador.

“O que faz com que tudo funcione é o amor envolvido no projeto e as pessoas que estão na equipe. É um grande desafio, mas a gente vai aprendendo e empreender é isso mesmo”, ela garante. “Com a cabeça voando sempre, mas os pés continuam no chão para que a gente possa alcançar os nossos objetivos de maneira concreta, completa a empresária.

 

Publicar comentário