Fernando Calderari, pintor das marinhas, pintor do tempo

Fernando Calderari

Fernando Calderari

A vida não é mais do que uma brisa que o mar levou. Fernando Calderari, 82 anos recém-completados, olhos que já decifraram o mar e mais de 70 anos dedicado às artes plásticas, apresenta seus quadros como quem já conhece as batidas da porta da frente do tempo. Sua obra é um estado permanente de contemplação, um vestígio da promessa da eternidade entre temas marítimos e fases abstratas, um cavalete e uma ideia. Pintor, gravador e professor, o lapeano Calderari estudou com Guido Viaro, Theodoro de Bona e Erbo Stenzel na Escola de Belas Artes do Paraná, onde posteriormente lecionou, e é um monumento vivo da história das artes paranaenses. Sua trajetória, sempre em movimento, é como uma jangada de tinta com temas que vão e voltam, como uma onda, refratária à estagnação.

Fernando Calderari

As marinhas de Calderari percorreram o mundo, embora não deem conta da dimensão da obra de milhares de telas, aquarelas e talhas de madeira do artista, estudos que aprofundam o vestígio da cor, onde explodem azuis e vermelhos, onde o céu nos faz lembrar do infinito sem passado, presente ou futuro. Ao olhar um quadro de Calderari, não apenas olhamos: somos carregados para uma nova situação, transpostos para uma cena inefável, uma força da natureza que nos envolve e nos significa, transformando o olhar em um integrante da paisagem. Seus quadros se espalham por vários acervos oficiais e particulares no Brasil e no exterior, do Museu de Arte do Paraná ao Museu Skopj, na Macedônia. Seu mar não tem fim. A Revista 4 Estações esteve no ateliê de Calderari e agora divide um pouco do universo expandido de um dos maiores artistas brasileiros vivos. “O artista tem que saber olhar e o lugar das coisas para depois poder representá-las”, define Calderari.

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Por Daniel Zanella

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