As experiências como novo conceito de luxo do futuro
O luxo deve se transformar, definindo novos valores para seus consumidores de forma positiva e com mais significado
Estamos todos em um processo de mudanças, de descobertas e redescobertas da vida no nosso cotidiano. Diante de todo o processo que vivemos nos últimos tempos, como a pandemia, nos cabe a prática do cuidado incondicional, mas também uma responsabilidade emocional e coletiva diante da vida e das pessoas, e de aspectos que até então passavam despercebidos ou adormecidos em nós.
Como se reinventar e sobreviver há tantas mudanças? Tem sido um exercício diário para todos essa nova forma de viver a vida. Os valores e a importância das coisas mudaram de lugar, e um novo conceito de estilo de vida tomou forma na vida das pessoas.
Para indivíduos de altíssimo patrimônio [UHNWI, sigla em inglês para Ultra-High-Net-Worth Individuals], indivíduos de alto patrimônio e consumidores afluentes, principais públicos do mercado de luxo, representando metade da riqueza mundial, aconteceu uma redefinição nas novas experiências entre os consumidores de luxo, uma redefinição de valores e tendências de vida saudável principalmente, ou seja, saem de cena objetos de desejo, entram as vivências e as experiências juntamente das pessoas que gostamos e amamos.
Mercado de consumo está se adaptando à nova realidade
De acordo com o estudo Meeting the Demands of High Net-Worth Individuals, os últimos cinco anos foram marcados por condições comerciais difíceis para a indústria do luxo. Afetada pelas mudanças em todos os setores globais, e também nas expectativas dos consumidores defrontados com a nova responsabilidade social com nosso mundo, o mercado de pessoas com alto patrimônio globalmente, embora pequeno, é um importante fator de geração de riqueza e tendências de investimento.
Ann Hogson, gerente de pesquisa de renda e despesas da Euromonitor International, responsável pelo estudo, destaca que a pandemia do coronavírus é o maior fator global para essas mudanças dos últimos tempos. “O mercado de consumo está se adaptando à nova realidade com muita flexibilidade e criatividade. Mesmo nesse momento atual de turbulência, e da conectividade digital, os consumidores querem alternativas mais conscientes e estão dispostos a pagar por produtos para conseguir essa experiência”, define. “As marcas e as empresas podem atrair esse público de alto patrimônio ao oferecer a eles experiências indulgentes que prometam fomentar sua saúde e bem-estar”, conclui Hodgson.
O luxo está ligado intimamente à excelência e, considerando a atual consciência global do mercado que está amadurecida, este se posiciona contra qualquer produto de consumo ou empresa que cause danos ambientais, miséria ou que explore os trabalhadores durante a sua produção, marketing ou venda.
Muitas mudanças ainda estão por vir. Depois dessa pandemia, o mundo não será mais o mesmo. O novo luxo não será definido pelo objeto, mas pela experiência daquele momento, das interações e das emoções que ele proporcionará. Esses novos olhares e novas inspirações estarão alinhados com um novo começo, ou com o reencontro de novas experiências.
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