A arte entre o real e o imaginário: Evandro Schiavone

Obras de Evandro Schiavone encantam pelas cores vivas e pela expressividade

Quando a arte encontra a fronteira entre o real e o imaginário, o resultado pode ser maravilhoso. E é com essa provocação que escapa à lógica que Evandro Schiavone assina as suas obras. Os quadros são feitos de pequenas paixões e inspirações da vida cotidiana. As formas exageradas, com cores vivas e marcantes, são o resultado das influências do Surrealismo europeu com o toque de brasilidade do artista. 

Tanta criatividade vem de Salto (SP). O desenho e a vontade de reproduzir as coisas sempre estiveram presentes na vida de Evandro, que começou a fazer aula de pintura aos 11 anos. Aos 13, o artista teve o seu primeiro contato com o Surrealismo ao ganhar um livro de Salvador Dalí. Descobriu que a pintura não precisava apenas retratar o que já existia. “Essa descoberta foi uma grande inspiração, encontrei uma libertação para esse olhar de expressão do pensamento”, explica.

Paralelo à criação dos quadros, Evandro sempre frequentava a sorveteria da sua avó, que já funcionava há quase 30 anos. Quando o artista completou 17, a sorveteria foi fechada e surgiu a oportunidade de transformá-la em seu atelier.  “Fiz um empréstimo para comprar todos os equipamentos e comecei de forma profissional. Com 18 anos, eu já tinha uma bagagem grande, inclusive para lecionar, e foi assim que comecei a ter o meu primeiro retorno financeiro com a arte. Depois, meu pai desenvolveu um consórcio de quadros, em que as pessoas pagavam mensalmente e todo mês alguém era contemplado”, relembra.

Foi só questão de tempo, então, para que as obras do artista estivessem em galerias pelo Brasil e pelo mundo. O trabalho de Evandro foi conhecido por uma consultora artística e passou a ser publicado em uma revista nacional sobre pintura. A partir disso, ganhou destaque e chegou até um apresentador de leilões da TV. Em pouco tempo, a venda dos quadros rendeu a Schiavone o reconhecimento entre colecionadores e pessoas do meio artístico.

“Isso me abriu outras portas. Meu primeiro marchand, Marcelo Neves, começou a me representar na galeria dele em São Paulo. Viajamos para feiras em todo Brasil e fizemos parte da delegação brasileira na França, com exposição dentro do Museu do Louvre”, conta. 

As obras, que impressionam pela sua beleza e pela expressividade, são criadas em dias comuns. O artista revela que a inspiração vem da leitura de livros, a partir de filmes, séries ou exposições, ou apenas pela contemplação de algum objeto em seu cenário natural. “Fico olhando por bastante tempo para os elementos que vou colocar no quadro, e depois vou para o cavalete e executo de memória. A obra não é resultado de uma cópia do objeto, mas daquilo que ele me causou. Tudo costuma sair maior, com cores mais fortes e com tendência ao exagero”, comenta.

Para o artista, cada obra realizada é o resultado da paixão por uma ideia. E, se cada pessoa tem a sua visão particular do mundo, o artista visual tem a possibilidade de compartilhar com todos o seu próprio olhar. Atualmente, Evandro concilia o seu tempo de criação e produção com a rotina familiar e separa um dia da semana para orientar artistas em uma galeria de São Paulo. As suas obras estão expostas pelo Brasil e pelo mundo, e podem ser conhecidas pelo Instagram @evandroschiavone.

Por Joenalva Porto 

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