Como a pandemia afetou a Rua 24 Horas

Conhecida por oferecer opções de gastronomia, lazer e serviços, a Rua 24 Horas também sentiu os efeitos da pandemia. A galeria segue aberta para o público, porém com oito lojas a menos. Restaram apenas nove. O agravamento da Covid-19 levou à diminuição no número de visitantes e, consequentemente, ao desinteresse dos lojistas em manter os negócios, segundo a Urbanização de Curitiba (URBS), responsável pelo espaço. 

Além dos problemas registrados no comércio de modo geral, a galeria sentiu os efeitos de um período de suspensão do ônibus Linha Turismo, com parada no local. A barbearia Visconde, localizada no final da Rua 24 Horas, foi um dos estabelecimentos que registrou queda no movimento. “Quem fazia o serviço mensalmente passou a fazer de dois em dois meses, ou até mais. A clientela caiu 70%”, conta Caroline Consani, dona da empresa. 

Em comparação com anos anteriores, o fluxo de pessoas no ponto turístico foi reduzido pela metade. “A Rua 24 Horas é um lugar muito procurado, mas, devido à pandemia, o turismo praticamente inexistiu”, afirma Elias Techy, gestor da área comercial da URBS. O funcionamento do espaço foi impactado pelos decretos estaduais e municipais, que estabeleciam desde o fechamento até alterações de horário. 

A loja O Mágico de Ozzy, que funciona desde 2019 vendendo lembrancinhas na Rua 24 Horas, teve de se adaptar à nova rotina. “Os clientes preferem a loja física, mas estamos vendendo on-line”, conta Allan Tonolli, dono da empresa. As vendas do estabelecimento eram 80% relacionadas ao turismo e 20% distribuídas para instituições de ensino, mas a diminuição na quantidade de visitantes resultou em queda do faturamento. “Antes da pandemia, a movimentação estava na faixa de R$ 50 mil mensais e agora está em torno de R$ 1 mil, principalmente por causa dos decretos restritivos”, explica Allan. 

Atualmente, ainda existem no local uma ótica, uma loja de cosméticos, uma perfumaria e outros cinco espaços para alimentação (sorvetes, açaí, sanduíches e comida japonesa). 

 

Histórico

A Rua 24 Horas foi inaugurada em 1991, seguindo uma lógica criada pelo arquitet

o Jaime Lerner, então prefeito de Curitiba, que defendia a ocupação dos espaços urbanos. Com estética tubular, funciona na ligação entre as ruas Visconde de Nácar e Visconde do Rio Branco. Ponto turístico da capital, o espaço já não funcionava ininterruptamente em 2007, quando foi fechado para reforma. A reinauguração aconteceu em 2011. O horário de expediente é das 9h às 23h. 

O Complexo Rua 24 Horas funciona de segunda-feira a sábado, com atendimento on-line aos domingos. “Com os cuidados necessários e o mercado reaquecido, a Rua 24 Horas voltará a ser um ponto turístico importante para a nossa capital”, ressalta Elias Techy. O gestor acredita que, após a pandemia, o “novo normal” trará o público novamente e de forma gradativa ao local. No início do mês de março, a URBS lançou um edital para a ocupação das lojas vazias. A alteração da bandeira laranja para a vermelha no mesmo mês suspendeu o edital, que será relançado com previsão para até o final de abril.

  Por Valeska Macedo

 

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