Duas décadas de excelência

Quando falamos em moda, falamos sobre um universo com muitas histórias e personagens distintos na linha de frente e nos bastidores. Temos desde a confecção do fio, à transformação do tecido; desde a criação e a projeção de tendências até as peças que chegam no guarda-roupa da nossa casa. É um caminho que nos faz
pensar sobre como são produzidas as peças que usamos e quem são os personagens por trás de cada etapa.
Dentre tantas histórias, um olhar sobre quem tem nas mãos o poder da confecção e do reparo. A Indústria Têxtil e de Confecção no Brasil emprega milhões de trabalhadores, em sua maioria mulheres. Mas, neste enredo, estão também as trabalhadoras autônomas espalhadas nos ateliês pelo país.
A costura se desenvolveu ao longo do tempo como parte do trabalho doméstico e tarefa atribuída à responsabilidade feminina após o surgimento do Capitalismo. Hoje representa a fonte de renda de muitas mulheres brasileiras que precisam se dividir entre o trabalho remunerado, o cuidado da casa e dos filhos, e veem nessa alternativa uma saída para o desemprego ou uma complementação da renda.
Mas, seja como uma alternativa de renda, um emprego formal ou ainda uma carreira na moda, fato é que muitas mulheres tiveram a oportunidade de aprender a costurar ainda cedo, como um ofício passado de mãe para filha. Este é um enredo presente na história de Maria Salete Felletti, costureira e empresária curitibana que aprendeu o ofício há mais de três décadas.
Ao longo dos anos, Maria Salete trabalhou com a confecção de uniformes escolares e, com o tempo, foi se especializando em fazer ajustes e reparos de roupas, ou, como dizem os clientes do seu atelier, aprendeu a fazer milagres. “Muitos clientes chegam até mim dizendo ‘viemos procurar um milagre, porque sabemos que você faz’. Sempre dou risada e respondo que farei milagres dentro do possível”.
A costureira tímida, como ela mesmo se denomina, que costumava trabalhar quietinha atrás das máquinas de costura, chegou ao atelier do Ítalo e da Ivonete, na Alameda Júlia da Costa, em 2008. Com a dedicação e o aperfeiçoamento no trabalho, Salete teve a oportunidade de se tornar sócia da empresa em 2011. Mas a caminhada não parou por aí, em 2017, a costureira, junto com o seu filho Rondinelli Dutra, comprou a totalidade do atelier.

Juntos, mãe e filho expandiram e modernizaram o espaço que passou a funcionar no endereço ao lado. Enquanto Rondinelli fica responsável pelo setor administrativo e financeiro, ajudando também no comercial, Salete continua fazendo os “milagres”, tornando o Atelier Júlia da Costa uma referência em ajustes e reparos, seja em peças do cotidiano, festa, e ainda roupas de pele ou couro.
O que poderia ser um desafio no início por causa da timidez, atualmente se tornou uma paixão para a empresária curitibana. “Quando entrei como dona do atelier, pensava que não saberia atender ao público por causa da timidez, pois só trabalhava costurando. Hoje atendo um público diverso, inclusive da alta sociedade, e amo o que faço. Sempre recebo feedbacks positivos e elogios que me alegram. Tenho uma afinidade muito grande com todos os clientes e sempre tento dar o melhor de mim”.
O Atelier Júlia da Costa também precisou se reinventar durante a pandemia. A alternativa foi atender clientes em casa mediante agendamento, serviço que a empresa oferece até hoje. “Tentamos manter a qualidade do serviço com toda nossa experiência e o bom relacionamento com o cliente, que são diferenciais”.
A paixão pela costura e as lembranças de um ofício aprendido ainda cedo através da mãe, que não costurava profissionalmente, estão presentes nos detalhes do atelier que guarda máquinas de costura antigas em sua decoração.

Informações:
Ajustes | Consertos | Reformas
Contato: (41) 3093-7626
Rua Alameda Júlia da Costa, 1170, Bigorrilho

 

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